Nos últimos anos, empresas de todos os tamanhos e setores passaram a mirar em um mesmo alvo: a cultura de alta performance. A promessa é tentadora: times mais produtivos, metas ambiciosas batidas, crescimento exponencial. No entanto, junto com esses objetivos também cresceram os índices de exaustão, burnout e desconexão emocional dos colaboradores. Surge então a pergunta que muitas lideranças ainda evitam encarar de frente: é possível manter a performance lá em cima sem sacrificar o bem-estar?
A ilusão da performance a qualquer custo
Durante muito tempo, alta performance foi sinônimo de horas extras, velocidade de execução e cobrança incessante por resultados. Esse modelo, herança do pensamento industrial, ainda está presente em muitas empresas que valorizam entregas acima de tudo. Mas o mundo mudou. E os profissionais também.
Hoje, é cada vez mais evidente que o esgotamento é inimigo da produtividade, e que ambientes de pressão constante não geram melhores resultados no longo prazo – muito pelo contrário.
Bem-estar como estratégia, não benefício
Equilibrar performance e bem-estar não significa abrir mão de resultados. Significa criar condições para que as pessoas consigam performar de forma sustentável. E isso só é possível quando o bem-estar é tratado como parte da estratégia de negócio, e não como uma ação isolada do RH ou uma campanha pontual no Mês da Saúde Mental.
O papel da liderança humanizada
Líderes que promovem uma cultura de alta performance sem negligenciar o bem-estar têm alguns traços em comum: sabem ouvir, confiam em seus times, praticam a vulnerabilidade e dão o exemplo ao cuidar de si mesmos. É uma liderança que entende que cobrança e acolhimento podem coexistir, e que resultados duradouros só vêm com relações de confiança.
Na Find HR, temos acompanhado de perto esse movimento. Em nossos processos de recrutamento executivo, temos visto um crescimento significativo na demanda por lideranças mais humanas, adaptáveis e com escuta ativa. Não basta mais ter um track record impecável de resultados: é preciso saber construir times saudáveis e engajados.
Como encontrar esse equilíbrio na prática?
A resposta não é simples, mas alguns caminhos têm mostrado bons resultados:
- Redefinir o que é performance: Comece reconhecendo que alta performance não é sinônimo de excesso. Inclua indicadores de clima, engajamento e saúde mental nas metas estratégicas da liderança.
- Criar espaços de escuta real: Reuniões 1:1, pesquisas frequentes de pulso e canais abertos para feedback ajudam a identificar sinais de desgaste antes que virem crise.
- Promover a autonomia com responsabilidade: Ambientes onde as pessoas têm liberdade para organizar sua rotina têm maiores chances de manter o equilíbrio sem perder o foco em resultados.
- Revisar rotinas e rituais de trabalho: É possível gerar mais com menos reunões, menos microgestão e mais foco. O segredo está em clareza de prioridades e comunicação efetiva.
- Dar visibilidade a comportamentos saudáveis: Reconhecer pública e intencionalmente líderes e equipes que praticam o equilíbrio é uma forma de mostrar que esse é um valor da empresa, não só um discurso.
Alta performance é um meio, não um fim
O objetivo de qualquer empresa é crescer, gerar resultado e inovar. Mas isso não precisa acontecer às custas da saúde emocional e física das pessoas. Cultivar uma cultura de alta performance com bem-estar é reconhecer que as pessoas são o principal ativo do negócio – e que cuidar delas é cuidar da sustentabilidade da empresa.
Na Find HR, acreditamos que o RH tem papel central nessa construção. Seja na seleção de lideranças alinhadas com esse novo olhar, seja na formação de culturas que colocam o humano no centro das estratégias.
Alta performance e bem-estar não são opostos. São pilares que se fortalecem mutuamente quando bem equilibrados. E talvez, mais do que buscar esse equilíbrio como uma meta inalcançável, devamos tratá-lo como uma escolha cotidiana, feita em cada decisão, liderança e relação.
Porque no fim das contas, nada performa mais do que um time que quer continuar performando.